Foi somente com os “brasileiros” que esta região da África Ocidental entrou na era das construções duráveis, feitas com tijolo, segundo a técnica e o estilo de arquitetura empregados no Brasil do século XIX.¹ As casas com sobrado constituíram aparentemente o ponto alto da arquitetura. A primeira casa com sobrado construída no Benim, afora a do forte português, parece ter sido a residência de Dom Francisco Félix de Souza em Uidá, hoje desaparecida, chamada justamente Singbomey, sendo que “singbo” quer dizer sobrado. Ele mandou construir ainda outro sobrado, na mesma época, na entrada do palácio do rei Guêzo em Abomé, chamado Sigboji, e que existe até hoje.

Belos edifícios em estilo dito brasileiro, residenciais ou comerciais, foram construídos em principalmente nas cidades de Uidá, Porto Novo, Aguê, Grande Popo e, em menor escala, por toda a costa. São as construções mais antigas do país e se encontram hoje praticamente em ruínas, devido à falta de manutenção. Em Porto Novo, os “brasileiros” eram proprietários de todos os edifícios construídos à europeia quando da conquista francesa, e os alugavam à administração colonial. Este monopólio durou até do começo do século e provocou viva reação dos administradores coloniais que protestavam contra o aumento considerado abusivo dos aluguéis.

Um dos exemplos mais notáveis da arquitetura “brasileira” no Benim é a Grande Mesquita de Porto Novo, concluída em 1930, com uma fachada que é cópia perfeita de uma igreja barroca baiana, a qual se acrescentou um minarete.

Quando se muda radicalmente de cultura, muda-se necessariamente de casa, e vice-versa. Toda uma série de novos bens tornam-se então indispensáveis, como a mobília doméstica, por exemplo. Durante praticamente todo o século XIX, o trabalho dos marceneiros e carpinteiros, como o dos pedreiros, foi um terreno exclusivo dos africanos escravizados que retornaram, dominando a técnica e o estilo de construção aprendidos no Brasil, o que se pode verificar pelas poucas peças que chegaram até os nossos dias.